
Após o Catar conquistar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022, o país foi criticado pelo tratamento que dispensou aos trabalhadores migrantes que construíram estádios e outras obras de infraestrutura. Até hoje, o número de trabalhadores que morreram nos canteiros de obras ainda não é claro.
O Catar também foi acusado de violar os direitos humanos e a liberdade de imprensa. Porém, pouco antes do início do torneio, vários meios de comunicação internacionais também acusaram o Catar de “comprar” torcedores para a Copa ao pagar seus voos, hotéis e ingressos.
O Comitê Supremo (SC), responsável pela organização da Copa do Mundo, negou as acusações de que os torcedores teriam sido pagos em troca de “promoção coordenada para a Copa do Mundo”. “Esta alegação é absolutamente errada”, disse num comunicado.
Mas o fato é que o Comitê Supremo do Catar convidou torcedores selecionados para a Copa do Mundo como parte do programa chamado Qatar Fan Leader Network e pagou por seus voos, hotéis e ingressos para os jogos. Os torcedores entrevistados pela DW confirmaram a oferta, e o SC também confirmou a iniciativa ao ser questionado pela DW. Depois, o SC voltou a negar a contrapartida em outro comunicado.
Na verdade, o Catar apresentou a alguns torcedores o chamado “Código de Conduta”, no qual eles deveriam se comprometer contratualmente a “apoiar” a Copa do Mundo no Catar “curtindo e compartilhando” postagens nas redes sociais. Em troca, os torcedores receberiam os benefícios mencionados – o que não deixa de ser uma forma de pagamento.
Em resposta à reportagem, o SC explicou num e-mail aos participantes que a quantia em dinheiro para a viagem ao Catar não seria mais dada, de acordo com uma pesquisa do programa de televisão Sportschau, da emissora pública alemã ARD.