É #FAKE que Lula recusou vacina japonesa contra a dengue para esperar imunizante nacional

Não é verdade que o governo Lula (PT) se recusou a comprar a vacina japonesa contra a dengue QDenga no ano passado para esperar que o Instituto Butantan produzisse um imunizante nacional contra a doença. A vacina produzida pela farmacêutica Takeda foi incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde) em dezembro de 2023.

Publicações com a alegação enganosa acumulavam 2.000 compartilhamentos no Twitter e milhares de visualizações no TikTok e no Telegram até a tarde desta quarta-feira (3).


Lula descartou a vacina japonesa contra a dengue para esperar a vacina nacional do Butantan, que só estará disponível em 2025. Detalhe: O Brasil está registrando números alarmantes de mortes por dengue. Já pode chamar o Lula de #LulaGenocida?

Tweet mostra mulher com cartaz ‘Em 2023, Lula se recusou a comprar vacinas contra a dengue e ninguém o chamou de genocida’ e manchetes  descontextualizadas

São mentirosas as publicações que afirmam que o governo Lula teria rejeitado a compra da vacina japonesa QDenga para aguardar a produção de um imunizante nacional, que seria concluído apenas em 2025 pelo Instituto Butantan. Os posts que fazem essa alegação reciclam uma desinformação antiga e omitem que o governo federal incorporou a QDenga ao SUS (Sistema Único de Saúde) no ano passado.

Após passar por várias etapas de análise, o imunizante japonês passou a integrar o PNI (Programa Nacional de Imunizações) em dezembro de 2023. Vale ressaltar que, dado o número restrito de doses ofertadas pela Takeda, o governo afirmou que irá atender apenas regiões e públicos prioritários. A vacinação pelo programa federal ainda não foi iniciada. O imunizante, no entanto, passou a ser aplicado nesta quarta-feira (3) em Dourados (MS), cidade que realizou parceria com a farmacêutica japonesa.

As publicações enganosas reciclam uma desinformação que circulou nas redes em julho do ano passado e que distorcia informações sobre a QDenga:

  • Em março de 2023, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) aprovou o imunizante da Takeda. Isso permitiu que o produto passasse a ser comercializado na rede privada;
  • Meses depois, o jornal O Globo publicou uma reportagem em que afirmava que a vacina não deveria ser incorporada ao SUS em 2023, já que a legislação determinava que ela ainda teria que passar por outras etapas de análise;
  • Publicações enganosas começaram a alegar então que a culpa da demora seria do governo Lula, o que não é verdade: até julho do ano passado, a Takeda sequer havia enviado a documentação necessária para a análise.

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